Esferas de cobre
Não se trata de uma invasão alienígena, e nem de uma cena do Doctor Who.
A ideia do fotógrafo sul-africano Dillon Marsh foi mensurar a produção das minas de seu país - a mineração é a principal atividade econômica da África do Sul - e comparar esse produto com a herança deixada para o meio ambiente.
As imagens, contrastando a pureza do cobre com a paisagem estéril das minas abandonadas, mesclam beleza e estranheza com o aparente pequeno rendimento da mineração realizada durante décadas - mais de um século, em alguns casos.
Contudo, cada esfera dessas pesaria centenas de milhares de toneladas.
Marsh só trabalhou com minas já exauridas justamente para destacar o quanto se pode esperar de cada jazida mineral.
O fotógrafo inicialmente capturou imagens das minas de cobre exauridas da África do Sul - que já foram mineradas e abandonadas por não terem mais minério que valha a pena ser extraído.
Usando estimativas da produção histórica de cada mina, ele calculou o tamanho de uma esfera equivalente de cobre puro.
Marsh então usou uma combinação de Google Earth, um programa de renderização 3D e Photoshop para inserir cada esfera em sua mina correspondente, com capricho, incluindo os reflexos precisos dos arredores na superfície da esfera.
O resultado compôs uma série que ele chamou de For What It's Worth - "o quanto isso vale", em tradução livre.
E vale bastante.
A esfera representando toda a produção da mina Nababeep, por exemplo, que operou de 1882 a 2000, pesaria 302.792 toneladas - à cotação de hoje do cobre, sua esfera valeria US$2.096.834.600,00.
"Muitas minas de ouro, diamantes e cobre ainda operam hoje", disse Marsh. "Mas a produção global destes minerais está em declínio evidente e constante nas últimas décadas."