É pouca energia, mas o princípio poderá ser explorado em materiais artificiais.
[Imagem: Yudi Jiang et al. - 10.1073/pnas.2311755120]
Gerador de bucha
As buchas naturais de banho - as cascas porosas deixadas após a secagem dos frutos das plantas do gênero Luffa - podem gerar eletricidade quando apertadas.
Demonstrando o efeito para acender LEDs, Yudi Jiang e seus colegas da Universidade de Pequim, na China, afirmam que sua descoberta pode levar a fontes de energia verdes e baratas para pequenos dispositivos.
É mais uma opção no crescente campo da colheita de energia, embora a eletricidade gerada pelas buchas seja inferior à dos mais conhecidos nanogeradores triboelétricos, que estão sendo usados para alimentar sensores e pequenos dispositivos da internet das coisas.
Muitos materiais eletricamente isolantes podem criar uma carga elétrica quando deformados - um fenômeno chamado piezoeletricidade - mas a intensidade dessas cargas é geralmente muito pequena. Jiang queria justamente verificar se o material das buchas poderia ter um desempenho melhor. Para isso, ele tratou quimicamente a esponja seca para remover a lignina e a hemicelulose, dois dos polímeros que compõem sua estrutura, deixando apenas a forma cristalina de celulose.
Quando uma seção de 6 milímetros de espessura dessa esponja foi espremida à mão, ela gerou até 8 nanoamperes de eletricidade. Colocada em um circuito elétrico com capacitores, para armazenar a energia de vários apertos, a bucha geradora de energia foi capaz de alimentar seis LEDs.
A bucha foi tratada quimicamente até restar apenas sua estrutura cristalina.
[Imagem: Yudi Jiang et al. - 10.1073/pnas.2311755120]
Usando o natural como inspiração para o artificial
O pesquisador defende sua alternativa afirmando que as buchas por si sós podem representar uma maneira ecologicamente correta e econômica de produzir pequenas fontes de energia para uma variedade de dispositivos, mas também poderão servir de inspiração para a criação de uma alternativa artificial mais fácil de produzir e, eventualmente, com melhor rendimento.
"Para carregar um celular, precisaríamos de um pedaço maior de esponja de lufa, o que pode não ser muito prático no momento," reconheceu Jianxiang Wang, membro da equipe. "Mas, se alguém puder fazer uma bucha artificial, uma lufa feita pelo homem, imitando a microestrutura, as propriedades químicas e as propriedades físicas da bucha, então talvez possamos aumentar [a quantidade de eletricidade produzida]. Isso pode inspirar outros projetos."