Célula solar metálica
Células solares fotovoltaicas, coletores termossolares e dispositivos de fotossíntese artificialestão entre as possibilidades de coletar e aproveitar a energia solar.
A maior vantagem da nova técnica é que ela se baseia inteiramente em metais, que são mais robustos do que os materiais semicondutores utilizados tradicionalmente.
"É a primeira alternativa radicalmente nova e potencialmente funcional aos dispositivos de conversão baseados em semicondutores nos últimos 70 anos ou mais," garante o professor Martin Moskovits, coordenador da equipe.
Células solares de semicondutores
Nas células solares atuais, a luz solar atinge uma camada de material semicondutor, um lado da qual é rica em elétrons (cargas negativas), e o outro é rico em lacunas (cargas positivas).
Os fótons do Sol excitam os elétrons, arrancando-os de suas posições e fazendo-os correr para o lado rico em lacunas, de onde são coletados na forma de eletricidade, podendo também acionar mecanismos de fotossíntese artificial.
"Por exemplo, os elétrons podem fazer com que íons de hidrogênio na água sejam convertidos em hidrogênio, um combustível, enquanto as lacunas produzem oxigênio," explica Moskovits.
Fotossíntese artificial com metais
Na nova técnica, não é um semicondutor que fornece os elétrons para iniciar o processo, é uma floresta de nanobastões de metais.
A demonstração usou nanobastões de ouro revestidos com uma camada de dióxido de titânio cristalino. No topo, foram depositadas nanopartículas de platina e, na base, um catalisador à base de cobalto.
O mecanismo de geração das cargas é diferente das células solares fotovoltaicas de silício, por exemplo. Em vez de excitar e expulsar os elétrons, os fótons criam ondas coletivas de elétrons na superfície dos metais, chamadas plásmons de superfície.
Conforme os elétrons dessas ondas plasmônicas recebem energia das partículas de luz, alguns escalam o nanobastão metálico através do dióxido de titânio, até atingirem as nanopartículas de platina.
Isso gera uma reação que arranca íons dehidrogênio das moléculas que formam a água.
Enquanto isso, as lacunas deixadas para trás pelos elétrons descem até o catalisador na base dos nanobastões, ajudando a capturar o oxigênio liberado na reação.
Energia renovável e limpa
Durante o experimento, não foi observada qualquer corrosão nos nanobastões metálicos.
"O dispositivo funcionou sem interrupção ou falha por várias semanas," conta Moskovits.
Segundo ele, o próximo passo da pesquisa é aumentar a eficiência do processo, eventualmente permitindo a realização da longamente sonhada "economia do hidrogênio