Armazenamento de energias renováveis
Há poucos dias, um inventor apresentou uma solução inusitada para armazenar energia solar e eólica no fundo do mar - depois de convertê-las para o bombeamento de água, criando uma hidrelétrica submersa.
Agora a proposta é usar o mesmo princípio, mas para bombear ar-comprimido para rochas porosas centenas de metros abaixo da superfície.
Segundo Steve Knudsen, do Laboratório Nacional Noroeste do Pacífico, nos Estados Unidos, cada ocorrência de rochas porosas subterrâneas pode armazenar energia suficiente para abastecer até 85.000 casas.
Depósitos subterrâneos de energia na forma de ar-comprimido podem ajudar a aproveitar a energia eólica noturna, quando os ventos são mais fortes e a demanda de energia é baixa - guardando-a para quando a demanda é alta e o vento é mais fraco.
O mesmo raciocínio vale para a energia solar.
Segundo o engenheiro, essas usinas podem passar rapidamente do modo de armazenamento para o modo de geração de eletricidade, o que as torna adequadas para equilibrar o fornecimento à rede de energia de acordo com as condições variáveis do vento.
Quando o vento é forte, os geradores eólicos ou solares transformam sua energia em eletricidade, que alimenta grandes compressores que enviam ar ou gás natural para a camada de rochas porosas subterrâneas, onde eles são armazenados sob alta pressão.
Quando a energia é necessária, o gás comprimido flui de volta para a superfície, onde é aquecido ou queimado, gerando eletricidade através de turbinas.
Os cálculos indicam que a eficiência do processo é de até 80% - a taxa com que a eletricidade usada para alimentar os compressores é recuperada mais tarde.
Armazenamento de ar-comprimido em rochas
Já existem duas plantas experimentais de armazenamento de energia a ar-comprimido no mundo, uma nos EUA e outra na Alemanha, mas ambas usam cavernas construídas artificialmente em minas de sal. Uma terceira, com foco também em armazenar ar-comprimido em um tipo de rocha chamado arenito, ainda não conseguiu financiamento para virar realidade.
Knudsen quer ampliar esse conceito, usando ocorrências naturais de vários tipos de rochas porosas.
Para verificar a viabilidade da ideia, a equipe foi procurar possíveis locais de armazenamento, que precisavam atender a três critérios: estar a pelo menos 500 metros de profundidade, ter no mínimo 10 metros de espessura, e estar próximo às linhas de transmissão de alta tensão.
Mesmo pesquisando uma região pequena - um planalto que possui uma grossa camada de basalto, uma rocha de origem vulcânica - foram encontradas duas áreas potenciais.
E, por sorte, uma delas está associada com fontes de energia termal, que pode dispensar o gás natural e usar o calor da Terra para aquecer ar comum, tornando a operação ainda mais viável.